LIÇÃO PARA E.B.D. - PUREZA NA VIDA DO DISCÍPULO


Texto Base: Filipenses 4: 8 - 9.


Introdução

O termo puro ou pureza no Antigo e Novo Testamento revelam a relação do fiel com o Espírito da Santidade, o ser separado das contaminações com o paganismo. A pureza pode ser moral e social mas, ela deve estar alicerçada no espiritual, de onde deriva o bom ou mal procedimento. Geralmente o termo se associa via justiça e injustiça.

Em todos os tempos da história da Igreja movimentos se levantaram dentro de um sistema enriquecido para falar de uma prática adequada ou pura. Alguns exemplos que podem ser citados são: a vida monástica; os místicos (morávios o mais conhecido deles), geralmente vinham do meio popular ou do baixo clero que estavam inconformados com a prática pastoral, ou com o desvio de conduta moral das autoridades eclesiásticas.

I. Pureza no Coração

As escrituras falam do coração do homem em estado de depravação, de seus desejos lascivos e pecaminosos (Gn. 6:5; Pv. 6:14), também fala do seu coração que anela ao Senhor e que espera N’Ele (Pv. 4:4; Sl. 51:10). Pós-queda Edenica o homem se corrompeu deixando o seu estado original (como Deus o havia criado) passando a viver sua vida guiada por um coração apartado de Deus e longe de ver naturalmente o seu propósito para a vida.

Sendo o Coração a fonte de seus desejos, ele agora passa a praticar as imoralidades dantes desconhecidas. Seus desejos não podem ser controlados porque o parâmetro para tal controle se perdeu. As mãos e o coração puro só pode ser concedido via graça divina, o homem pecador encontrará real propósito de vida se Deus revelar-se a Ele (via palavra).

1.1. Fruto da Conversão

Não havendo transformação, aquela transformação do homem que antes não podia deixar de pecar, pois esta era a sua natureza e desejo, para uma natureza em identificação com Cristo. Unidos a Ele pela sua vontade, e separados para Deus a fim de glorificá-lo e goza-lo para sempre. Todo homem natural não pode se identificar com a pureza, mas todo aquele que é nascido do Espírito, este é capacitado a praticar uma conduta irrepreensível (Tito 2: 14).

1.2. Operação transformadora que caminha juntamente com a santificação.

A transformação que Deus opera em nós pode ser vista na carta a igreja de Éfeso 2:1 – 10. Estávamos em trevas e éramos identificados como trevas e nossas obras testificavam das trevas, mas Deus, mudou a nossa natureza, a realidade de vida que culminava para a morte. A ação do Espírito que aplica a nós povo de Deus a obra da redenção, nos deu vida, para a vida e que nossas obras testifiquem desta vida. O coração do converso agora é disposto a mudar os seus hábitos por causa da Santidade, e isto se revela no seu procedimento. (Efésios 4: 25 – 32)

1.3. Patrulhando o Coração.

Para reconhecer as obras e o procedimento puro, fruto de uma vida íntegra é necessário à observância da palavra. O homem deve sempre policiar o seu coração para que em todo o tempo ele permaneça sob o senhorio efetivo de Cristo Jesus. Algumas dicas são importantes para esta prática:

· Guarde a palavra de Deus no seu Coração;
· Reflita um pensamento transformado (consciência limpa, pura);
· Peça a Deus que sonde o seu interior.

Quando estamos patrulhando o nosso coração, provavelmente encontraremos áreas em desacordo com a vontade de Deus, isto não significa o fim da vida cristã e nem o perder a salvação. Somente o cristão tem este sentimento de inconformidade com o pecado, e isto acontece porque ele não o deseja e trava uma luta diária no seu interior. Neste momento de conflito é necessário se reerguer e começar a trilhar o caminho da Santidade e da pureza. (Sl 51:2)

II. Pureza no Entendimento

Uma das áreas que a humanidade tem dificuldade de vencer é o renovar do pensamento, do entendimento. Deve-se observar que enquanto éramos trevas, pensávamos como filhos das trevas, mas existe uma renovação espiritual para o nosso entendimento. O Apóstolo Paulo orienta a igreja de Filipos a pensar, é necessário o pensar com pureza, refletir sobre o conteúdo das sagradas escrituras e meditar.

Uma pergunta crucial a esta altura é: Com o que estamos alimentando o nosso entendimento? O texto de Hb. 10:22 fala de um purificar da má consciência, quando Gn. 1:1 inicia-se sob o termo: “No princípio criou Deus ...”, percebe-se a necessidade de uma mentalidade crédula, se alguém inicia a sua leitura bíblica crendo que isto é verdadeiro, é provável que ele venceu a barreira das especulações humanas.

2.1. Renovação do Entendimento

A renovação do entendimento tem tudo haver com a nossa nova natureza, Romanos 12: 2 revela o propósito da renovação do entendimento. Aquele que é converso a Cristo ira conhecer a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. E ela se torna agradável somente a estes pois para o mundo ele é loucura, o abandonar a concupiscência intelectual deste mundo, o ter uma nova mentalidade é a sabedoria que vem do alto.

Para um estudante deve ser difícil lutar contra: o evolucionismo; a ética relativista e o pluralismo. Mas o entendimento Cristão muda a consciência fruto de uma falta de fé, para a mentalidade crente no criacionismo, na ética absoluta e em uma mensagem cristocentrica. Isto é um fruto de um entendimento puro.

2.2. Consciência Pura X Consciência Cauterizada

Este é o grande desafio de uma mentalidade cristã em uma sociedade não-cristã, a dualidade de postura é expresso em Tito 1:15. Há alguns motivos para que esta relação seja realmente discrepante, primeiro que a mentalidade cauterizada não possuí nada como puro, segundo porque a sua mente e o seu entendimento estão corrompidos. Costuma-se dizer que esta consciência é dura por fora e oca por dentro, é uma ferida, em conseqüência da separação para com Deus.

Já a consciência pura reflete a cura da insensatez e o aprendizado constante em uma vida discipular. Ele possui conteúdo, e sempre que seus ideais confrontarem com as escrituras ele é convidado a mudanças. Ele é nascido do Espírito.

2.3. Tendo um entendimento espiritual.

Para possuirmos um entendimento espiritual, que é o entendimento puro e sábio devemos:

Nascer de novo;
Alimentar-se da palavra;
Ter uma vida piedosa;
Viver por Fé;

Sem estes passos é impossível desenvolver um entendimento espiritual, pois se estará falando daquilo que não há conhecimento e nem prática. Um entendimento espiritual depende da dependência que temos D’Ele.

III. Pureza no Comportamento

A vida comportamental é onde refletimos o que somos, os valores são colocados em prática e ai sim, temos o conhecimento dos hábitos e tudo o mais que norteia a vida do indivíduo. Apesar do comportamento poder ser mascarado durante um tempo e diante de um grupo específico, não haverá possibilidade que isto dure muito tempo e logo a conduta verdadeira se revelará.

Em um comportamento puro o indivíduo é convidado a refletir aquilo que ele é, sabendo que isto não serve de desculpas para lemas como: “eu nasci assim e vou morrer assim”. A mudança que reflete o encontro com Cristo é revelada no homem integral, o seu caráter é transformado.

3.1. Relacionamentos Genuínos.

A relação com o próximo deve relevar algumas características essenciais para a pureza, como: altruísmo; coração perdoador; respeito; tolerância e etc... O relacionamento genuíno esta baseado nos dez mandamentos, a lei moral é dada como regra de conduta, mas o comportamento com o próximo extravasa os mandamentos e chega até ao evangelho do Senhor Jesus.

Quando se observa a relação discípulos e Cristo, vemos que Ele trabalhou as peculiaridades de cada um, mudando os conceitos que deveriam ser mudados e dando ênfase às qualidades que deveriam ser ressaltadas. (João14: 1 – 14)

3.2. Gera Fruto Permanente

Quando um cristão faz discípulos e os revela o seu comportamento amoroso que é fruto da ação do Espírito em nós, ele será um fruto permanente. A diferença no relacionamento cristão é que ele foca a transparência, a ausência de mascaras e estimula o crescimento moral.

Há dois tipos de fruto que devem permanecer: o primeiro é o fruto do Espírito o segundo é o fruto gerado pelo discipulado.

3.3. Produz uma Ética Social Saudável

As características do comportamento cristão puro podem ser resumidas em:

Atender as necessidades espirituais;
Atender as necessidades físicas;
Atender as necessidades emocionais;
Socorrer os necessitados;
Submissão aos líderes temporais;

Dessa forma estaremos nos envolvendo na sociedade para influenciar o meio onde vivemos, ajudando a cada indivíduo e a nação. O povo de Deus deve impactar a sociedade com ação de transformação social.

CONCLUSÃO.

A relação converso – pureza; deve caminhar no centro da nossa relação com o próximo e com o nosso Deus. Colocar em prática estes princípios que conhecemos já a algum tempo é o desafio. Promova pessoalmente o renovar do seu coração; entendimento e comportamento. Não permita com que satanás vença sobre a sua moralidade, lembre-se: a casa que é construída sobre a rocha, permanece. Cristo tem a pá na mão e limpará toda a eira e dará destinos diferentes a palha e ao trigo. (Lucas 3: 17)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DA SOCIOLOGIA.

A MISÉRIA NA RELAÇÃO: PREGADORES E MENSAGENS.

Considerações sobre o caos da identitade protestante.